Artigo do Deputado Federal Jader Barbalho, publicado no Jornal Diário do Pará do dia 06/12/2009.
Cada vez que abro o jornal e me deparo com um ser humano que morreu depois de perambular por horas em vários hospitais sem ter atendimento, sinto uma angústia enorme. O estado de saúde do Pará precisa de cuidados urgentes, por que a população aumenta a cada dia, como também é maior a expectativa de vida dos brasileiros. Os instrumentos e investimentos da saúde pública, por outro lado, não acompanham esses crescimentos e aí a população não tem a quem recorrer.
É claro que a esse estado crítico estão mais sujeitos os pobres. Entretanto, mesmo aqueles que possuem um padrão de vida melhor, padecem da falta de leitos, de especialistas e hospitais com equipamentos de última geração. A saúde é um problema de todos. Se em Belém, já assistimos a tristes cenas diariamente, imagine nos locais mais longínquos, nas vilas e comunidades ribeirinhas, que convivem com o perigo das doenças transmissíveis, acidentes e com o abandono provocado pelo isolamento?
O Estado do Pará tem que readequar suas políticas sociais, principalmente as voltadas para a demanda saúde, previdência e assistência social. E ainda, a implementação imediata de projetos que levem o conhecimento a todos os cantos. Em uma década, a medicina avançou séculos, a partir da descoberta do genoma humano e hoje, os que têm acesso à informação, sabem que a prevenção da saúde, através da alimentação, higiene e a prática de exercícios físicos, são fundamentais.
Como governador por duas vezes, sou testemunha que o setor saúde tem tamanha prioridade, que em situações emergenciais (como foi o da Cólera), os investimentos tem que ser corajosos, sob pena da população assistir a cenas grotescas de séculos atrás. Por isso investi em leitos hospitalares, ampliação da rede de internações e construção de unidades mistas e hospitais em todo o Estado. As campanhas de vacinação tinham grau de excelência. O Hemopa, construído no meu governo, à época era o centro de referência nacional na coleta, transfusão e todo tipo de exames hematalógicos, porque a Aids chegava com força devastadora . O Hemopa era o que havia de mais moderno na região e atendíamos ao Brasil inteiro. A unificação do Instituto Ophir Loyola com o Hospital dos Servidores, a construção e ampliação do Hospital de Clínicas, a recuperação da Santa Casa e a distribuição regular de remédios em todo o estado, além da criação de incentivos salariais e construção de residências nos interiores para médicos, foram ações que possibilitaram pronto atendimento principalmente aos pacientes do interior com doenças que exigiam a necessidade de um cirurgião ou especialista. O controle sanitário precisa de novos incentivos, assim como os investimentos em saneamento, outro fator importante para a saúde.
É urgente que todos, sociedade e governo, tenham consciência de seu papel nesse começo de novos tempos, quando o IBGE anuncia que em 2030, a participação de idosos na vida brasileira será igual a de jovens. E, em 2035 a 2040, a população idosa (65 anos ou mais), poderá ser 18% superior a das crianças (0 a 14 anos). Então, para que cenas degradantes de atendimento à saúde não sejam repetidas num futuro próximo, devemos trabalhar pela melhoria da nossa qualidade de vida Hoje.
Saúde a todos!
FONTE: Diário do Pará no dia 06 de dezembro de 2009
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