terça-feira, 2 de março de 2010

Santa do pau oco

O jornal “O Liberal”, em nota hoje na sua coluna “Repórter 70”, tece considerações sobre o rumoroso 366: pelo teor das notas, devo entender que se trata da “fala do trono”.

O PMDB jamais se propôs a aprovar o empréstimo se o governo enviar planilhas dizendo onde vai empregar o recurso: esta tentativa do governo de escamotear a sua obrigação legal é enviesada.

Quando o governo se propõe a enviar uma planilha, já reconhece o próprio erro, ou má fé: isto deveria ter vindo, desde o início, no corpo do texto legal, com as devidas explicações na mensagem.

O projeto já deveria ter sido devolvido ao Poder Executivo porque é inepto: não diz onde, quando e como vai aplicar os recursos, não versa sobre o pagamento do mesmo, e nem aponta a fonte que o Estado usará para pagar.

Ou o governo acha que não se deve submeter a estes princípios básicos de direito administrativo e da Lei de Responsabilidade Fiscal?

Vendo, o governo, que não consegue levar a Assembléia no conto, como se acostumou a fazer nos mais de R$ 2 bilhões já autorizados, resolve dar mais uma baforada no cachimbo ao ensaiar uma planilha e enfiá-la por debaixo da porta.

De tanto fumar o cachimbo a boca entortou: os deputados estaduais têm dois bilhões de razões para não confiar uma só baforada a mais ao governo e este, ou demonstra a força da cobra morta para aprovar o empréstimo sem emendar o projeto com as devidas regras legais e políticas, ou não terá o valor.

(Refiro-me à cobra morta porque sempre digo que governo é que nem cobra: até morto mete medo. Mas, como já escapei de onça em terra e de sucuri no fundo, sigo a jornada com destemor).
Não se trata de negar ao Pará R$ 366 milhões. Aprovado ou não, o Pará não verá este valor em obras e serviços que são essenciais.

Este governo não teve a capacidade de empregar os R$ 2 bilhões já autorizados, não executou a contento o seu próprio orçamento geral que, nestes 3 anos, já somou aproximadamente R$ 35 bilhões e acha que devemos achar que com os R$ 366 milhões vai transformar o Estado na Bélgica: o canto desta sereia não mais leva ninguém para o perau.

Eu, particularmente, não estou convencido de, em ano eleitoral, entregar R$ 366 milhões na mão de um governo inapetente, omisso, e atrapalhado.
Este valor será pago, com os devidos juros, pelo contribuinte, e o contribuinte bem sabe o perigo que representa por dinheiro na mão de candidato em ano de eleição.

Portanto, muito cuidado com este andor: a santa é do pau oco.

Um comentário:

  1. Parabéns pela sua excelente atuação parlamentar. Você tem sido uma boa nova do PMDB. Gostaria de convidá-la a acessar meu blog, lá sempre faço postagens sobre a sua atuação. www.blogdoamigopaixao.blogspot.com

    Sou de Castanhal,Um grande abraço e sucesso cada vez mais.
    e-mail: aluisiopaixao@hotmail.com

    ResponderExcluir

Digite aqui um comentário ou mensagem.